Atelier I - Multimédia

Inspirações

A inspiração se dá a partir de me ver e comparar com a água, no primeiro momento com o mar e depois no percurso cotidiano para o trabalho, na ribeira de Gaia, e encarava o Rio Douro. Depois de mergulhar no reflexo meu na água, escrevi um poema “Vai e Volta” e fiz um simples vídeo, e continuei a reparar na água, no sons, nas luzes, nos reflexos, no movimento. Onde e como ela apareça, quais os sons ela faz ou quais sons fazem em corpos que a tem.

Despejo aqui o link do vídeo e o texto escrito.

Apesar do movimento contínuo e repetitivo 

Você vai e volta

Sua ida parece sempre ser igual, mas não é

depende de quem e como passou por você

a volta é sempre diferente

parece levar para o mesmo lugar, mas não leva

toda vez volta para

outro

lugar

eu a flutuar em ti

faz o mesmo comigo

me leva a lugares novos 

sensações diferentes

com idas e vindas

distintas

às vezes minha vontade é não mais flutuar

e sim

mergulhar

mas para isso, é preciso

coragem.

Mergulhar

Por (até então) gabileister 

https://www.instagram.com/reel/Ch-2jxdADOM/?utm_source=ig_web_copy_link

Perceber a água

Uma lista de onde já a reparei, em imagem, em áudio, ou sons que gostaria de gravar e regravar. 

Cascais sopro do mar nas pedras

Roma e o movimento do seu rio 

Descarte daquela água nojenta do trabalho

Meu xixi depois de copos de cerveja

O choro 

Mar ondas espumas 

Beber água da garrafa

Gemido a água gozo

Saliva da boca

Servir o copo

Passando café

Ferver da água

Embaixo da água

Banho 

Ralo escorregando 

Abrir torneira

Sangue coração

Tornar o nós

Repensando nestes sons coletados e nessas imagens gravadas, utilizo para a primeira proposta do Ateliê de Multimédia. 

Penso que para além de me ver água, todos somos, mesmo não querendo, afinal 70% de água tem no corpo humano, semelhante ou quase igual a proporção de água no Planeta Terra. Por fim o objetivo que gostaria de desenvolver é a interação com a água, objetivo é ao interagir com a água, mergulhando, assim o que é a água para mim se externaria para o outro, se tornando nós, ao compartilhar os sons e onde a vejo.

Em primeiro momento pensei em um sensor que detectasse o movimento daquele que interagisse, mas conversando com outro me sugeriram utilizar um sensor do nível da água. Acatei esta ideia que me pareceu fazer sentido e até ser mais funcional. Na prática não se tornou funcional, por ser um sensor sensível e fatores como o volume não ser sempre o mesmo e o próprio movimento e plasticidade do objeto de estudo, a água. Sendo assim não consegui uma média que fosse funcional e efetiva para usar o sensor nível de água como interruptor para a dar play ou pause nos áudios captados.

O processo de recolha dos dados de áudios que já tinha, regravar ou gravar os áudios, foi utilizado um microfone externo do gravador Zoom H4n e também em alguns momentos anexado ao gravador o microfone de contacto. O microfone de contacto feito por mim com um piezo, cabo duplo, Mini-Jack e fita isoladora, pois o objetivo era poder emergi-lo em água.

A parte de programação sem dúvidas foi a mais desafiante e exaustiva e empolgante, ao mesmo tempo, utilizar o Arduino que tinha um pouco mais de familiaridade, fluiu de melhor forma, entretanto o Max 8, trouxe grandes dificuldades. Sem o auxílio e ajuda do professor André Rangel e, principalmente, dos alunos Ana Catarina, Andre Santos, Andre Alves que pacientemente me ensinaram e aprenderam comigo, e a atenção e empréstimos da Patrícia Almeida, acredito que teria levado muito mais tempo para minimamente conseguir algo. 

Por fim, continuo com o problema situação, da sensibilidade do sensor de nível de água, porém minha vontade de ver de fato deixar tudo a funcionar, irei prosseguir com a tentativa, utilizando um sensor de movimento que foi a primeira ideia, portanto este relatório esta em construção, assim como o reajuste da obra.

Arquivo dos programas

Ficheiro Arduino Uno: Water_level_1.ino 

Ficheiro Max: water level.maxpat