Entrega Final

Base de dados com documentação dos trabalhos desenvolvidos pelos estudantes.


Harpa, Júlia Furtado, 2022
 

A base do trabalho, física, começou na estrutura de madeira, que teve de ser alterada da sua forma original, de maneira a obter o retângulo de madeira. Esta estrutura foi alterada na oficina de madeiras da faculdade, para que o resultado nos desse a ideia da figura de uma verdadeira harpa, mas que ao mesmo tempo soubéssemos que não o é, e nos fizesse entender a maneira como esta harpa é de certa forma improvisada ou caseira, e não tem a acústica do instrumento a sério. Foram afixadas e esticadas verticalmente 5 cordas com o objetivo de serem tocadas, presas a parafusos de olhal, e uma corda que prende o microfone de contacto. Horizontalmente, prendi uma corda que tinha a função de embater contra o piezzo, ao sentir a vibração das cordas verticais a serem tocadas. O microfone de contacto foi soldado a um cabo que o liga a um jack trs, para conseguir ligá-lo a um interface de som, este por sua vez ligado ao computador com um cabo USB. No computador, adquiri e alterei um patch no Max que me permitia que as vibrações do piezzo dessem um sinal para reproduzir aleatoriamente uma playlist com as diferentes notas de uma verdadeira harpa. Ligando o computador à coluna, consegui que o som fosse aumentado. Tive o desejo de acrescentar ainda um som mais agudo e cintilante à harpa, por isso acrescentei 3 pequenos guizos que garantem um som mais fino e que substituem o som da coluna em caso deste falhar. Esta é uma instalação interativa e com um valor altamente performativo, uma harpa, instrumento extremamente delicado, que obtém uma qualidade sonora experimental e tecnológica, e que pode ser tocada pelo público, proporcionando uma experiência criativa de experimentação do som das cordas e uma forte relação entre instrumento e quem está a tocá-lo. O local escolhido para colocar a instalação foi também decidido com a intenção de amplificar as qualidades belas e etéreas da harpa, incorporando o trabalho com a luz forte que nos dias claros atravessa a janela da sala na direção da obra, à hora da apresentação. A harpa pretende transmitir não só visualmente este belo ambiente celestial, combinado com o som digital e forte, ou até barulhento de precursão, relembrando um pouco a música experimental, o que pode passar uma certa controvérsia, como também o seu processo de construção que foi de imensa experimentação e aprendizagem, de encarregar-me de diversos instrumentos digitais (Max e interface) e materiais (cordas de instrumento) aos quais não estava habituada.


Ficha Técnica:

1.     Deliberação sobre a ideia e decisão.

2.     Pesquisa de inspiração e artistas ou obras de arte que inspirassem o trabalho.

3.     Discussão sobre a ideia com terceiros.

4.     Realização de um documento a explicar a ideia e apresentação na sala de aula.

5.     Visualização de tutoriais para a construção da obra.

6.     Procura do material:

--Piezzos adquiridos na Amazon

- Jacks adquiridos na Aquário Eletrónica

- Suporte de madeira (Cabeça de uma cama) adquirido no Farrapeiro de São Vicente de Paulo. [Aconselhado pelo professor]

- Procura de cordas de instrumento velhas ou estragadas em lojas de instrumentos da baixa do Porto, escolas de música e lojas de antiguidades. Consegui encontrar em 3 dos 6 sítios a que fui.

- Procura de sinos, guizos ou badalhos na internet (segunda mão), em lojas chinesas ou lojas de antiguidades. Encontrei apenas 3 guizos.

7.     Ida à oficina de madeiras e transformação do suporte de madeira [ajuda do meu colega Mateus no transporte da peça], desaparafuzação do retângulo, retirando as 2 secções horizontais de 3 barras cada que tinha encaixadas. Retirei um dos pés da cabeça da cama, e deixei o outro para suportar melhor a harpa no chão.

8.     Solda do piezzo ao cabo e do cabo ao jack e experimentação, ligando a uma coluna.

9.     Experimentação da modificação do som, ligando o piezzo a uma mesa de som pequena, ligada à coluna.

10.  Procura de como realizar um patch no Max que reproduzisse a playlist com o som das notas de uma harpa. Não conseguindo, baixei um patch já feito num fórum online.

11.  Prendi as cordas de instrumento umas às outras de forma a obter 6* cordas do tamanho correto. Primeiramente tentei apenas dar um nó das cordas no suporte de madeira, mas ficavam muito largas. Prendi então estas cordas a 12* parafusos de olhal, que martelei contra o suporte de madeira, e desta forma ficaram suficientemente esticadas e presas.

12.  Acrescentei os sinos, prendendo-os às cordas com pequenos nós. Prendi o piezzo à corda com um pouco de fita cola e arame***, disfarçados com uma pequena fita, para não quebrar o trabalho esteticamente.

13.  Afixei um panejamento rendado à harpa, apenas com função ornamental.

14.  Aconselhada pela Patrícia a utilizar um interface, que liguei ao computador e ao piezzo. Para funcionar, precisei de instalar o Driver, e mexer nas definições de áudio do Max. [Ajuda de colegas do segundo ano, e do professor]

15.  Ligação da instalação a uma coluna.

16.  O fio preto soldado ao meu piezzo caiu, por isso precisei de soldá-lo novamente. [Ajuda da minha colega Diana neste processo minucioso]

17.  Alteração de algumas coisas no Max para que não houvesse tanto delay, e para que mal tocasse na corda ela pudesse reproduzir o som. [Ajuda do professor]

18.  Procura de melhorar o som das cordas.

19.  Dificuldade com o equipamento eletrónico e resolução. [Ajuda da Patrícia]

20.  Falha no patch do Max para tocar a playlist e tentativa de resolução.

21.  Gravação do vídeo.


https://drive.google.com/file/d/1SnGtBAqmz4MSG0N-B8hhy58orDvhy7qz/view?usp=sharing