Entrega Final

Base de dados com documentação dos trabalhos desenvolvidos pelos estudantes.


TOCO-TE, A MÚSICA TAMBÉM, Victória Sousa, 2022
 

Inicialmente, ficou estabelecido que para concretizar este projeto, teria de construir um circuito de Arduino que comunicasse com o programa de som Max. As pernas do manequim seriam revestidas de tinta condutiva, para que fosse possível estabelecer contacto com um sensor capacitivo. Quando alguém “apalpa” o manequim, este sensor, reagindo ao toque, envia os valores para o Arduino, que por sua vez os envia para o Max, sendo então possível que a música toque segundo o toque.

Contudo, deparei-me com uma série de problemas técnicos para os quais tive de procurar alternativas, alternativas estas que me levaram a construir um objeto que pouco se afastou do que eu imaginara, mas que enriqueceu em grandes medidas a minha experiência.

Tanto o código do Arduino como o patch do Max foram disponibilizados por uma colega e pelo professor. No entanto, à primeira vista, estes pareciam não serem adequados ao meu projeto já que recorrentemente me deparava com erros de comunicação entre o Arduino e o meu sensor, assim como erros referentes à comunicação Arduino/Max. Reescrevi o código, assim como experimentei diversos circuitos e patches. Tendo investido um número extraordinário de horas em vídeos e consulta de páginas sobre a resolução deste tipo de problemas, quando abri novamente o código e patch que originalmente me foram fornecidos, soube corrigir o que estava errado desde início. Ligeiramente alterados, foram estes os ficheiros que usei no projeto.

Passando para a parte plástica deste trabalho, foi talvez aqui que se deram as alterações mais eminentes. Seguindo a sugestão do professor, em casa preparei uma tinta condutiva à base de grafite em pó e verniz, a qual me iria servir para contornar as linhas dos músculos do manequim. Após alguns testes de condutividade, antes de passar para a pintura do objeto final, percebi que esta tinta levantava algumas questões que não me agradavam: 1. Não sendo feita industrialmente, os valores que conduz por vezes tornavam-se instáveis, não sendo fiável como sensor; 2. Dificuldade na ligação entre a tinta e o cabo do Arduino com função de sensor; 3. “Estrago” permanente do objeto; 4. Estando o objeto exposto ao toque, seria este material capaz de se manter intacto de forma a não corromper ligações?

Nos testes que em cima referi, recorri a fita-cola de alumínio para algumas ligações. Para além de conduzir perfeitamente os valores lidos pelo sensor, completamente ao acaso, percebi que este material daria ao meu objeto um acabamento de efeito espelhado, que muito me agradou, contribuindo para uma ideia que pouco tinha explorado, mas que muito me interessava: a instalação como experiência pessoal e autorreflexão.

Tendo o objeto pronto, montei-o no espaço da sala. Não tendo um ferro capaz de o sustentar em pé, cheguei à conclusão que a única maneira de manter o seu vulto redondo seria pendurá-lo ao teto com cabo de aço (capaz de suportar esse peso). Esteticamente, esta solução agradou-me. A verticalidade das linhas que suportam as pernas até ao teto atenuam, por um lado, a falta do tronco da figura humana. Por outro lado, interpreto-as como linhas que sobem ao céu e que portanto se confundem com o conceito espiritual do projeto.

Seguindo a sugestão do professor, simplifiquei um pouco mais o circuito de Arduino, eliminando a breadboard através da solda de alguns cabos. Isto permitiu-me esconder o arduino na planta do pé (revestido por borracha, de forma a isolar o contacto com o alumínio).

Para este projeto optei pela utilização de auscultadores, de forma a proporcionar uma experiência mais intimista.

Decoração da peça: Victória Sousa.

Suporte da peça: Victória Sousa.

Programação do Arduino/Max: Victória Sousa, com ajuda da Ana Miranda e professor André Rangel.

Participação no vídeo: Laura Nunes, Beatriz Meireles, Gabriela Miranda, Sofia Fial.

Transporte: Daniel Ribeiro.

https://www.youtube.com/watch?v=UecjMa0ugKA