O projeto “lá de baixo” consiste distorção de imagem
vídeo, captada e apresentada em tempo real, de acordo com a produção de som ou
ruídos, também captados e distorcidos no momento.
Para isto, usei o programa Max msp. Comecei por pesquisar e
adaptar certos objetos que encontrei na internet, para criar reações na imagem
de acordo com faixas sonoras. De seguida, tornei o patch interativo, na medida
que, em vez de utilizar ficheiros já gravados de áudio e vídeo, captar por uma
câmara e por um microfone a informação presente no local.
Após alcançar este patamar, que já respondia à proposta de
criar um sincronismo entre áudio e vídeo, decidi avançar mais. Assim, no
sentido de corromper mais a imagem vídeo apresentada, selecionei parte de um “motion
tracker” criado no max, e adicionei-o e entrelacei-o com o trabalho. A partir
de aqui, os frames captados pela câmara, seriam comparados ao anterior e a
diferença demarcada por manchas brancas (este teve muito mais sucesso quando desenvolvi
no computador, dada a câmara estar muito próxima do espetador, estas diferenças
no movimento eram muito mais perceptíveis). Depois de uma exploração do objeto degrade,
sugerido pelo professor, apercebi-me de possibilidade de transições do áudio captado,
de maneira que acabei por aplicar 4 transições todas somadas num único canal de
áudio (-2 tons, -3 tons, -5 tons e -7 tons), dando assim uma ainda maior
distorção do som.
Por sua vez a montagem do espaço foi baseada nesta ideia das
transições. Assim, em vez de apresentar o sinal vídeo num único ecrã com boa
resolução de imagem, apresentaria em vários televisores que haveria já visto na
faculdade, dando assim continuidade à distorção do vídeo e criando tanto um
paralelo como uma unificação dos vários tons apresentados no áudio. Com a ajuda
da técnica Patrícia Almeida, testei os vários televisores trc
encontrados na faculdade: quais os que funcionavam corretamente (só 1); quais
os que tinham problemas de mau contacto, mas que conseguiria utilizar; e quais
os que nem ligavam... Inicialmente liguei-os através de um cabo hdmi
ligado ao conversor digital para analógico e uma horrorosa árvore de
disjuntores rca e respetivamente cabos rca. Mais tarde, viria a
utilizar adaptadores, derivadores e cabos scart tornando a paisagem
destas ligações mais limpa (de notar que este material não havia na faculdade).
Seguidamente, selecionei os televisores que iria usar: 3 trc pequenos, 1 médio
e um grande (que se encontrava no topo de um armário no estúdio de fotografia e
que, no dia da apresentação decidiu ter um mau contacto do cabo de
alimentação). 

Etapas do trabalho:
- Pesquisa de referências;
- Concepção do projeto;
- Estruturação;
- Pesquisa e visualização de tutoriais e guides de programação
em vários programas;
- Elaboração do ficheiro em Max Msp;
- Teste dos equipamentos de exposição de vídeo e de áudio;
- Compra de materiais e ligações que faltam;
- Montagem do projeto para a apresentação;
- Documentação;
Material utilizado: - Computador; - Cabo HDMI; - Conversor HDMI para RCA; - Adaptador RCA para Scart; - Adaptador Scart fêmea Scart fêmea; - Derivador para 5 saídas Scart; - 5 cabos Scart; - 3 televisores TRC pequenos, 1 médio e 1 grande; - Interface Tascam US-200; - Microfone; - Tripé para microfone; - Cabo XLR; - 2 colunas Yamaha HS7 pretas; - 2 cabos RCA; - 2 adaptadores RCA para Jack; - 5 plintos; - (vários cabos RCA e derivadores RCA que não vim a utilizar na apresentação);
Pessoas envolvidas:
- Professor André Rangel Macedo – apoio no código max;
- Diana Amadeu – apoio no desenvolvimento do projeto e
edição da documentação vídeo;
- Técnica Patrícia Almeida – apoio na fase de testagem de
equipamento para exposição;
- Gonçalo Ribeiro, Matilde Florêncio, Samuel Silva e
António Henriques – apoio no transporte do equipamento para a galeria da
cozinha para a montagem da peça;
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