Após as pesquisas de referências e discussões de ideias em grupo, decidimos construir um modelo circular constituído por 30 lâmpadas fixas a suportes de madeira. Estas lâmpadas adotam a forma da fita de Möbius em flashes de luz intermitentes no objetivo de estudar o movimento numa sucessão de rotinas que adotam esta peça.
No princípio deste projeto passámos por uma fase de avaliação orçamental e procura de soluções financeiras. Aqui, contactámos a loja Leroy Merlin de Gondomar, a fim de conseguir um patrocínio para o trabalho, ou que nos cedessem certos materiais. No entanto, por lapso de comunicação na parte deles, não obtivemos resposta.
Podemos dividir a produção deste projeto em três momentos: 1- Montagem dos suportes e trabalho de marcenaria; 2- Questões luminosas: criação de uma fonte de alimentação programável; cablagem; e instalação das lâmpadas. 3- Desenvolvimento de código e rotinas que a peça adota. De notar que estas 3 etapas foram desenvolvidas quase em simultâneo, e não seguindo propriamente uma ordem.
1. Primeiramente, os suportes foram concebidos em madeira: 30 suportes com duas tábuas que suportavam o peso no chão, ligados por um sistema de encaixe a uma viga (cada uma com 80cm). Por baixo, estes estavam presos a uma base composta por 30 peças de madeira cortados em trapézios, que interligados formam um triacontágono. Estes suportes foram inicialmente pensados, desenhados e simulados no Blender, de modo a ter um melhor entendimento de como estes ficariam. Para além disto, a simulação 3D permitiu que a construção da fita de Möbius fosse testada e que os ângulos das lâmpadas fossem medidos, de forma que a materialização da fita se tornasse mais fácil e precisa. Renders da simulação: 




Na oficina de madeiras e metais da FBAUP recebemos assistência dos técnicos superiores Tiago Rodrigues e Carlos Lima, que sugeriram técnicas eficazes para a produção do nosso projeto. No topo, os suportes contêm uma pequena faixa de aço soldada a um parafuso que encaixa na viga de madeira vertical do suporte, permitindo a fixação das lâmpadas aos suportes e a sua rotação num plano vertical, possibilitando o transporte e facilitando trabalhos de logística.
2. A parte elétrica é composta por 2 momentos. 2.1 A instalação de uma fonte de alimentação programável, utilizando um microcontrolador Arduino Mega, 4 módulos de 8 relés (5v.). 2.2 E a cablagem e colocação de 30lâmpadas LED T8 de 120cm (F e N mesmo lado).
2.1 - Este sistema é feito sobre uma placa de MDF, onde estão fixos os componentes constituintes. A gestão elétrica passa pela passagem do canal neutro para todos os canais (COM) dos relays. O canal fase partilha-se numa bateria com 60 ligadores. Posteriormente, cada Relay cria um circuito «NO» fazendo-se uma conexão sistemática nos ligadores, conforme a imagem abaixo. 
Posteriormente são ligados os relays ao microcontrolador, tomando os pins digitais de 22 a 51. É criada uma fonte de alimentação externa por USB, que alimenta o Arduíno e os relays.
Para a eletrificação deste sistema é utilizado uma ficha IEC 60320 para os 220v. e um transformador LORBY para os 5v.
2.2 - A cablagem e a colocação das lâmpadas é feita por 6 módulos de 5 lâmpadas, tendo cada um destes módulos e lâmpadas uma serie numérica que permita a montagem e a desmontagem de forme coordenada e esquemática, caso contrario seria impossível uma montagem eficaz e coesa desta peça.
3. A longo do desenrolar deste projeto, foram desenvolvidos diversos códigos e rotinas de teste para a peça, sendo que, no final, este era composto por 8 rotinas com velocidades e variáveis aleatórias quer no timing de acender ou apagar as luzes, quer na escolha de que lâmpada acender. Para além disto, estas rotinas foram posteriormente juntas num código que selecionava aleatoriamente uma variável de 0 a 7 gerando assim uma aleatoriedade no momento de ativar cada rotina, apelando assim à vertente generativa da peça e evitando o loop. Para poder visualizar e testar a eficácia das rotinas, foi feita uma simulação no website WOKWI. Assim, foi possível programar as luzes antes que estas sequer existissem e, posteriormente, que o trabalho à distância fosse possível. 
Por fim, é necessário também mencionar as questões técnicas da sonoridade da peça. Este resulta de uma ampliação e manipulação em tempo real dos estalos e cliques do funcionamento dos relés. A captação é feita a partir de 6 piezos eletrocerâmicos, e manipulado numa mesa de som com efeitos. Antes de ser projetado nas colunas, a mesa de som filtra as frequências agudas e médias valorizando as frequências mais graves acrescentando um efeito de eco (delay). Este sistema apresenta-se em quadrifonia. Deste modo, cada coluna corresponde aos relays que ativam 1⁄4 da peça. Criando um som que acompanha o movimento das luzes e adiciona espacialidade sonora.
|